
Piracicaba lidera em mortes no trânsito em SP: cidade tem a maior taxa por habitante em 2025
Jovens em motos concentram mais da metade das vítimas; finais de semana registram os maiores índices de acidentes fatais.
Piracicaba passou a liderar o ranking das cidades com mais mortes no trânsito por habitante em 2025. De acordo com o Infosiga, portal do Detran-SP, o município registrou 19 óbitos entre janeiro e março, o que representa uma taxa de 17,79 mortes a cada 100 mil habitantes.
Em 2024, Piracicaba ocupava o segundo lugar no estado, mas neste ano ultrapassou Mogi das Cruzes, que teve 17,58, e Sorocaba, com 17,46, assumindo a primeira posição entre as cidades paulistas com maior índice de letalidade no trânsito.
Diante desse cenário, o vereador André Bandeira (PSDB) apresentou a Indicação nº 4159/2025, solicitando ao Executivo Municipal a intensificação de campanhas educativas, palestras em escolas, ações de fiscalização e outras medidas de conscientização voltadas à prevenção de acidentes de trânsito em todo o município.
“É inaceitável que Piracicaba esteja no topo desse ranking. Estamos perdendo vidas, principalmente jovens, e isso poderia ser evitado. A Prefeitura precisa intensificar as fiscalizações, ampliar as campanhas educativas e adotar medidas firmes agora. Não dá para esperar mais enquanto vidas continuam sendo perdidas”, afirmou o vereador.
Segundo Luiz Vicente Figueira Mello, pesquisador da Unicamp na área de Engenharia de Transportes, a cidade possui boa infraestrutura, mas precisa investir mais em conscientização. “A maioria das vítimas são jovens motociclistas. Precisamos conversar com essas pessoas e investir em campanhas que toquem o coração da população, para mudar o comportamento no trânsito e salvar vidas”, disse.
A Prefeitura informou que atua para reduzir os acidentes com três frentes, educação, engenharia e fiscalização. Campanhas têm sido feitas com foco em pedestres, ciclistas e motociclistas, que são os mais vulneráveis nas vias.
Mesmo assim, os números mostram um cenário grave, das 19 vítimas, 16 eram homens e 52% estavam em motocicletas. Dez mortes ocorreram em vias municipais e nove em rodovias. Os finais de semana concentram as maiores tragédias, com sete mortes aos domingos e cinco aos sábados.
Entre as famílias que vivem essa dor está a empresária Viviane Palauro, que perdeu o filho de 24 anos em um acidente de carro. Ele voltava do trabalho e de uma festa e não usava cinto de segurança. “É uma dor insuperável. Peço a todos que usem o cinto, ele não está ali para evitar multas, mas para salvar vidas”, disse emocionada.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, as mortes subiram, foram 18 no primeiro trimestre de 2024 contra 19 em 2025, colocando Piracicaba, pela primeira vez, no topo do ranking estadual de mortes no trânsito proporcionalmente à população.
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