
Prefeito veta projeto que promove o uso do Elevar para lazer e esportes de pessoas com deficiência
Na manhã desta segunda-feira (9), os direitos das pessoas com deficiência sofreram um golpe em Piracicaba. O prefeito Luciano Almeida (PP) vetou integralmente o projeto de lei do vereador André Bandeira (PSDB), que previa a ampliação do uso do transporte público especial, o Elevar, para incluir atividades de lazer e esporte. A decisão foi publicada no Diário Oficial, com justificativas que colocam o interesse público em segundo plano e ignoram o impacto social positivo da proposta.
O projeto tinha como objetivo garantir que pessoas com deficiência severa, usuárias de cadeiras de rodas, pudessem usufruir de direitos básicos como inclusão social e acesso a atividades de lazer e esporte. Atualmente, o sistema Elevar é restrito a demandas relacionadas à saúde, educação e trabalho. “O lazer e o esporte desempenham papéis fundamentais para a saúde mental, socialização e participação ativa na comunidade. Não se trata de luxo, mas de direitos previstos pela Constituição Federal”, justificou André Bandeira no texto do projeto.
Mesmo reconhecendo o mérito da iniciativa, o prefeito Luciano Almeida fundamentou seu veto em supostos problemas de inconstitucionalidade, ilegalidade e contrariedade ao interesse público. Segundo a justificativa apresentada, a proposta não foi acompanhada por estudos detalhados sobre o impacto financeiro ou pela observância das disposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que exige previsão orçamentária para a criação de novas despesas.
A administração municipal também argumentou que a implementação da medida poderia gerar um aumento de 13% a 15% nos custos do sistema Elevar, de acordo com estudos da Semuttran, mesmo considerando uma demanda estimada de apenas dois atendimentos semanais para atividades de lazer e esporte. Para Luciano, “a criação de despesa nova deve estar acompanhada do atendimento às normas”, e o contrato vigente com a concessionária não prevê essa ampliação, o que exigiria um reequilíbrio econômico-financeiro.
O vereador André Bandeira rebateu as justificativas apresentadas com indignação: “É lamentável e revoltante ver direitos básicos serem ignorados com argumentos puramente técnicos e insensíveis. Estamos falando de pessoas que já enfrentam barreiras diárias para participar da sociedade. Lazer e esporte não são privilégios, são direitos. Negar isso é perpetuar o isolamento e a exclusão”, afirmou.
Bandeira destacou ainda que o veto desconsidera o impacto social da medida e reforça a luta por inclusão na cidade. “A falta de estudos que o prefeito menciona não pode ser um empecilho para avançarmos na garantia de direitos. A proposta era simples, não alterava a estrutura financeira do sistema de forma significativa e promovia cidadania para quem mais precisa. É uma postura inaceitável e desumana”, concluiu.
André Bandeira já articula com os colegas parlamentares a derrubada do veto na Câmara, um passo essencial para que Piracicaba não retroceda em sua luta por uma cidade mais inclusiva.
A inclusão, o lazer e o esporte não podem ser vistos como custos, mas como investimentos em dignidade e qualidade de vida. A Câmara Municipal agora carrega a responsabilidade de corrigir essa injustiça e garantir que ninguém fique para trás.
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